A origem da troca de camisas entre jogadores

Uma das maiores tradições do futebol, é a troca de camisas entre jogadores adversários após as partidas de futebol. O ato, é considerado um exemplo de respeito e cordialidade entre atletas e é uma prática que existe há muito tempo.
A primeira notícia que se tem de uma troca de camisas, vem de 1931, após um jogo entre as seleções de França e a Inglaterra. Após uma expressiva vitória por 5X2, que foi também a primeira dos franceses na história do confronto, os jogadores pediram as camisas dos ingleses como forma de levar um “troféu” para casa.

No entanto, após isso não há registros de que essa tenha se tornado uma prática frequente, até que na Copa de 1954 na Suíça, a troca de camisas começou a ser feita mais vezes após os jogos.

Um dos casos mais famosos que se tem conhecimento, aconteceu na final da European Cup em 1962, competição que se tornou a Champions League em 1992. O jovem Eusébio, de apenas 20 anos, estava eufórico pela vitória do Benfica sobre o Real Madrid, quando foi surpreendido por torcedores portugueses que começaram a joga-lo para o alto. Após descer foi questionado por um repórter se não tinha gostado da comemoração com os fãs e deu a seguinte declaração: “Eu tinha a camisa de Di Stefano presa à minha bermuda e fiquei com medo de que alguém a tirasse de mim”, relembrou o Pantera Negra.

Com o tempo, a troca de camisas entre os jogadores começou a se tornar uma prática cada vez mais comum, mas em 1966, no jogo entre Inglaterra e Argentina pela Copa do Mundo, apareceu a primeira grande polêmica relacionada ao tema. Ainda no primeiro tempo, o meia armador Antonio Rattin reclamou muito com o árbitro alemão Rudolf Kreitlein da violência inglesa, como resposta, o juiz simplesmente ordenou o argentino a se retirar de campo. Inconformado com a expulsão, o argentino não quis sair de campo e ficou durante um bom tempo reclamando, até ser convencido a deixar o gramado. Ao sair, passou pela bandeirinha do escanteio que trazia uma bandeira do Reino Unido e nela limpou as suas mãos. O ato revoltou os ingleses que estavam em campo e na arquibancada e deixou o resto do jogo bastante tenso.

Apesar da ótima atuação dos outros dez jogadores argentinos, a Inglaterra conseguiu a vitória por 1X0 com gol do centroavante Geoff Hurst, que mais à frente faria história ao marcar um hat-trick na vitória por 4X2 na final contra a Alemanha.

Com o jogo terminado, o lateral George Cohen decidiu trocar a sua camisa com o argentino Mario Gonzalez, no entanto foi surpreendido com a intervenção do seu técnico, Alf Ramsey, que não permitiu a troca das camisas, com a alegação que os argentinos desrespeitaram a bandeira inglesa e seus torcedores no estádio.

A troca de camisas entre Pelé e Bobby Moore, após o jogo entre Brasil e Inglaterra na Copa de 70, se tornou uma das imagens mais famosas daquele Mundial, mas outra passagem épica envolvendo o Rei, se deu na passagem dele pelo NY Cosmos, na North American Soccer League. Segundo contam os integrantes da equipe norte-americana, o roupeiro separava a cada jogo, cerca de 25 a 30 camisas de Pelé, todas elas porque os adversários queriam trocar camisas exclusivamente com o Rei.

“Pelé era a atração principal, todos queriam trocar de camisa com ele, então começamos a levar cerca de 25 a 30 camisas dele para distribuir para a equipe adversária, caso contrário não conseguiríamos sair vivos do estádio”, recorda Gordon Bradley, um dos treinadores do Cosmos para o site da FIFA.

Outra história, mas não engraçada e sim polêmica, foi quando o zagueiro holandês, Ronald Koeman, transformou a camisa de um jogador da Alemanha em papel higiênico. O lance totalmente inusitado aconteceu em 1988 e foi dividido em dois atos: o primeiro, quando a Holanda ganhou da Alemanha na casa dos rivais pela semifinal da Eurocopa.

O timaço que tinha Van Basten, Gullit e Rijkaard conquistou alguns dias depois desse jogo o maior título da história da Laranja Mecânica. Antes mesmo de erguer a taça, o segundo ato: Koeman antecipou-se na comemoração, pegou a camisa trocada com o meia alemão Olaf Thon no jogo da semi e a passou na bunda, em um gesto inconfundível.

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