Literalmente, um coletivo aéreo. É assim que a companhia irlandesa de baixo custo Ryanair enxerga o futuro de alguns voos de curto alcance. Para ela, é possível transportar os passageiros em pé nos seus aviões.
Já não é a primeira vez que surge para discussão a ideia dos passageiros nos aviões passarem a viajar de pé. Basta ver que as empresas de aviação ditas “low cost” já quase fazem isso, dado o espaço exíguo disponível aos passageiros. O assunto voltou à discussão e, felizmente, os reguladores não estão interessados no assunto, pelo menos por enquanto, tudo por questões de segurança. Há, contudo, tecnologia nova que quer “desmentir” a questão da segurança.
Quando viajar de avião começou a ser muito mais barato, algumas empresas começaram a configurar os aviões com mais cadeiras, maximizando o espaço útil para aumentar o número de passageiros num voo. As empresas de “baixo custo” querem aumentar o lucro num voo, mesmo que isso retire todo o conforto ao passageiro. Não serão todas, há alguma que o fazem sem hesitação e se lhes fosse proposto que os passageiros viajassem de pé, eles aceitariam.
As entidades reguladoras, desde o primeiro momento, não permitem sequer ensaio para que os passageiros possam ser acomodados de pé nos aviões. Por razões de segurança não há sequer uma ideia que seja posta à discussão. Não obstante a essa relutância, várias empresas apostaram em patentear sistemas para transportar as pessoas ocupando “quase só os lugares dos pés”.
Uma empresa italiana, a Aviointeriors, criou um novo conceito para posicionar e configurar equipamentos que permitam às companhias de aviação fornecer viagens aos passageiros “com conforto”, mas em pé. Este novo projeto chama-se Skyrider 2.0 e não é mais que uma segunda ideia, uma nova versão da velha ideia que, felizmente, não prosperou quando foi anunciada em 2010. Num evento na Alemanha, o Airliners Interiors Expo em Hamburgo, a Aviointeriors apresentou a nova versão de um estilo de “assentos” que são parecidos a uma “sela”. Estes encostos são projetados para cabines economicas de densidade ultra-alta. No projeto Skyrider 2.0 o passageiro fica com as costas apoiadas, mas continua a ter de suportar o corpo e o equilíbrio com os pés, o que não deve certamente ser confortável e em caso de emergência, em nada deverá proteger a pessoa.
A empresa, no seu site e nos folhetos promocionais, explica que esta nova configuração permite gerar mais assentos por fila, cerca de nove lugares sob três grupos de três assentos, em cabines médias. Esta disposição terá um ganho de 20% em quantidade de assentos e uma redução de peso até 50%, o que se traduz num duplo e generoso benefício para as companhias aéreas. As empresas assim têm mais passageiros em cada voo e diminuem em muitos quilos o que poupa consideravelmente no combustível de cada viagem.
A moda seria acomodar adeptos do fitness, isto porque, atualmente, as companhias aéreas de ‘baixo custo’ oferecem uma distância mínima de 71 centímetros entre filas dentro de cabines económicas. Contudo, com o Skyrider 2.0 esta distância seria reduzida para 57 centímetros. Se já com a configuração atual o espaço é pouco e torna as viagens num inferno, mesmo que sejam de uma hora ou menos, agora imagine estar a pouco mais de 50 cm do passageiro da frente e do de trás.
Há duas empresas que anunciaram publicamente no passado a intenção de colocar este tipo de equipamentos nos seus aviões: VivaColombia e Ryanair. Claro que as empresas estão dependentes da autorização do regulador. Felizmente, as autoridades não têm dado luz verde e, segundo parece, não será dada nos próximos tempos. Não podemos esquecer que as autoridades estão contra este tipo de configuração sobretudo por razões de segurança. Com o aumento da qualidade das aeronaves, diminuição considerável de acidentes aéreos, poderemos estar mesmo a caminhar para viajar de pé nos aviões, mesmo que o conforto seja totalmente sacrificado.
Depois das companhias aéreas serem acusadas de dividir as famílias de propósito apenas para fazê-las pagar pela marcação de assentos, uma nova situação escancara o desespero pela lucratividade na indústria. Trata-se de um controverso “banco” para que os passageiros voem em pé.
O objetivo é usar o modelo em uma espécie de classe “ultraeconômica”, em voos curtos, de até 3 horas. Ao optar pelos bancos na vertical, os passageiros pagariam menos pelas passagens, mas deixariam de lado o conforto.
Nesta modalidade, o espaço entre as poltronas é de apenas 58 cm, enquanto atualmente são raras as companhias aéreas que trabalham com uma área menor do que 67 cm para cada pessoa. Mas, felizmente, tudo indica que a ideia não será adotada pelas companhias aéreas.
E aí, você toparia voar assim? Deixe seu comentário.
2 respostas
Estas companhias aéreas estão malucas. Ninguém vai topar viajar em pé num avião. Particularmente sou contra.
Mas que absurdo isso, já imaginaram em viagens longas? O que ia ter pessoas com trombose? 🥺