Alerta sobre apagão de professores no Rio Grande do Sul

Estudo divulgado pelo Observatório Sesi da Educação estima que o Rio Grande do Sul terá um déficit de 10 mil professores(as) na Educação Básica em 2040. O levantamento foi extraído do trabalho “Apagão de Professores(as): uma análise dos impactos da oferta de docentes no RS”, divulgado no dia 10 de outubro de 2023. Os dados são referentes ao total da rede de ensino no estado, unindo realidade pública e privada.

Um preocupante ponto, revelado no documento, expõe que o número de professores(as) diminui quatro vezes mais do que o número de estudantes da Educação Básica. A pesquisa trata também do desinteresse pela licenciatura que, entre os anos de 2010 e 2021, registrou queda no número de ingressantes (-59,91%), nas matrículas (-48,37%) e nos formados (-59,25%) nesses cursos.

Na rede estadual de ensino público, o cenário é ainda mais dramático, uma vez que a própria Seduc já admitiu, através de estudos elaborados pelo governo do Estado, que a falta de docentes para 2030, dez anos antes da estimativa do SESI-RS, será de 14.188.

A situação é clara: a falta de atratividade na carreira, com a redução dos salários dos educadores(as), após anos de parcelamentos e com reajustes bem abaixo da inflação, a falta de concurso público e a constante retirada de direitos por parte do governo Leite (PSDB) são alguns dos fatores que acarretarão neste temido apagão, que coloca em risco o futuro da educação no estado.

Em 2022, considerando-se o total da população gaúcha em idade escolar e as estimativas de oferta e necessidade de docentes, há um saldo positivo de 37,4 mil. De acordo com os dados do estudo, o ponto de virada se dará em 2035, quando a demanda estimada de professores será, pela primeira vez, superior à oferta. Para efeito de comparação, o volume de docentes apresenta uma redução quatro vezes maior do que o número de estudantes na Educação Básica.

O estudo do Sesi sugere possíveis saídas para alterar a projeção de déficit de docentes. Em relação às formações Inicial e Continuada, são as seguintes:

  • Ofertar espaços de experimentação;
  • Formar professores que formam outros professores;
  • Qualificar os profissionais sem formação adequada para a docência;
  • Focar na formação em serviço;
  • Qualificar a matriz curricular da formação inicial;
  • Criar programa de iniciação para novos professores.

Há também sugestões relacionadas à atratividade da carreira docente, como promover a valorização da carreira de magistério, instaurar um programa de orientação e realizar pesquisas sistemáticas com professores.

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